sexta-feira, 23 de maio de 2008

Filmando Sensações

É percebido o poder que a mídia exerce sobre as pessoas. A preocupação ao assistir os telejornais, o desejo pelo consumo provocado pelos anúncios publicitários, o besteirol dos programas de auditório e, é claro, o frisson tolhido de clichês difundidos pelas novelas. É muito fácil também, perceber as pessoas estão envolvidas mais numa circunstância habitual, recorrente e até estimulada pelo contato de seus pais com a sistemática desses elementos de comunicação do que propriamente no conteúdo encontrado nestes espaços de mídia – se é que existe algum.


De um modo bastante atropelado e, distante das necessidades múltiplas da população tais inserções criam circunstâncias, evidenciando situações vividas pela população, sobretudo a classe média, onde mostra suas inquietações existenciais, sociais e financeiras. Das camadas mais populares recria problemas sociais com humor, peculiar para quem quer esconder alguma coisa. Do ’alto escalão’ da sociedade brasileira envereda brigas incomensuráveis pala manutenção do poder.


Em alguns momentos se torna difícil diferenciar as manchetes do telejornal de sete e o capitulo da novela das oito, e não pela proximidade do tema, mas pela leitura quase idêntica. Esses arremedos televisivos de uma forma remota, porém, intrínseca têm sido determinantes para o processo de formação sócio-cultural da juventude. Para quem vivem numa situação mais precária, está antenado nos fúteis atrativos “novelisticos” e afãs consumistas ‘publicizados’ com intenso volume pelos meios de comunicação, é a única alternativa de contato com a ‘arte’ e a informação.


Diversas alternativas têm aparecido como forma de frear esse processo draconiano de falsa elucidação das dúvidas da população. Rádios Comunitárias, Fanzines, Blogs, e outras ferramentas ocupam espaços importantes nas mais diversas comunidades, mostrando formas diferentes de diálogos, ao mesmo tempo, em que apresenta possibilidades reais de envolver a população na suas temáticas.


Mais do que nunca, é extremamente importante oportunizar a juventude ao conhecimento – mesmo que básico – sobre o universo midiático a partir de palestras, oficinas, debates e micro-cursos, enfim, e esta precisa ser tarefa de outros atores sociais, sobretudo, da escola. A educação não pode mais está condicionada a relações distorcidas onde o professor repassa ao aluno conceitos pragmáticos e muitas vezes arcaicos de determinada disciplina, sem integralizá-la ao quadro sócio-cultural vivido por ele.


Observar de uma forma distinta as questões do cotidiano, quer dizer, a partir do olhar da juventude é uma meta ousada. Neste sentido, a proposta do “1º Festival de Vídeos Alternativos dos Funcionários I”, remete bem esses aspecto. Estimular a produção artesanal e artística de vídeos sobre seu inquieto universo juvenil, como forma de repassar as informações necessárias para que nuances criticas desenvolva-se naturalmente, trazendo consigo novas possibilidades e perspectivas é no mínimo perfeito.


É assim, desde inicio, que, desafiadoramente, o nossa gestão à frente do CRJ* tem conseguido dar respostas importantes às mazelas sociais que assolam o cotidiano nublado de instabilidades e dúvidas da juventude dos Funcionários I. Com desprendimento, articulação, diálogo e muita, mas muita coragem...


* Centro de Referência da Juventude “Ilma Suzete Gama”, localizado na Praça Lauro Wanderley, s/n – Funcionários I.

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